29/10/2024 às 18h32 - atualizada em 29/10/2024 às 19h03
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Ascom
Oeiras / PI
É certo que cada um de nós se envaidece por ser capaz de pensar, e muitos até gostariam de saber como é possível que pensem como de fato pensam. Ao que tudo indica, entretanto, essa questão já deixou manifestamente de ser puramente teórica, pois parece-nos que um número cada vez maior de poderes estão se interessando em nossa faculdade de pensar. E se, portanto, procuramos saber como é que nós pensamos do modo como o fazemos, é para nos defender contra a incitação sorrateira ou declarada a pensar como querem que pensemos.
É possível alguém aprender a pensar? Ninguém nasce sabendo pensar. O pensar é uma aprendizagem que o ser humano carrega para a vida toda. É uma realidade absolutamente nova em relação a tudo que existe no mundo. Nos primórdios o ser humano tinha a rudeza que apenas o separava do animal bruto. O ser humano trilhou uma longa caminhada.
"O Mundo que não Pensa e os perigos para a Humanidade"
A Fundação Dom Edilberto Dinkelborg levanta a questão crucial de como a dependência cada vez maior da tecnologia afeta a nossa capacidade de pensar de forma independente. A utilização de algoritmos (sequência de instruções) por essas empresas para personalizar conteúdos e recomendações pode criar bolhas informativas, limitando a exposição a diferentes perspectivas e contribuindo para a polarização da sociedade, situações que já estamos vivenciando nos dias atuais.
O alerta da Fundação destaca a necessidade urgente de preservar nossa capacidade de pensamento crítico e resistir à tentação de terceirizar nossas decisões para algoritmos. Afinal, a escolha de leituras, compras, gostos e até mesmo votos sendo influenciada por algoritmos pode resultar em uma sociedade homogênea e facilmente manipulável. A diversidade de pensamento é essencial para o desenvolvimento humano e a construção de sociedades mais justas e equitativas.
O futuro da humanidade está intrinsecamente ligado à forma como lidamos com a crescente influência da tecnologia. O desafio é encontrar um equilíbrio entre o avanço tecnológico e a preservação da individualidade, autonomia e diversidade. A reflexão proposta pela Fundação nos incita a considerar as consequências a longo prazo de uma sociedade excessivamente dependente da tecnologia e nos incentiva a buscar soluções que garantam um futuro mais sustentável e humano.
Diante da massiva influência tecnológica que permeia nossa sociedade, é imperativo explorar soluções que assegurem um futuro mais sustentável e humano. O desafio consiste em encontrar um equilíbrio entre o progresso tecnológico e a preservação dos valores fundamentais que definem nossa humanidade. Em primeiro lugar, é crucial promover a conscientização e a alfabetização digital. Educar a população sobre os impactos da tecnologia em suas vidas, destacando os riscos da manipulação e incentivando o pensamento crítico, pode ser um passo significativo.
Em síntese, a busca por um futuro mais sustentável e humano diante da influência tecnológica massiva requer uma abordagem multifacetada. Educação, regulamentação, diversidade na produção tecnológica e investimento em inovações éticas são passos cruciais para garantir que a tecnologia seja um instrumento a favor da humanidade, preservando nossa autonomia, diversidade e valores fundamentais.
PENSAR AS PARTES NO TODO E O TODO NAS PARTES
Aprender a pensar encontra-se numa encruzilhada: a superespecialização, que fragmenta os conhecimentos de tal forma que se perde a noção do conjunto. Saber pensar é precisamente situar os problemas, as realidades em seus contextos. Um pensar multidimensional, que se opõe ao fragmentar, ao compartimentar e ao pulverizar os saberes. Precisamos fazer autocrítica, rever nossas idéias, ter a coragem de abrir espaços às novas gerações e reinventar o futuro. Nossos cabelos brancos denunciam o inverno que nos acomete. É hora de uma nova e florida primavera!
Transparência: confira a prestação de contas detalhadamente deste órgão.